Há um movimento no Brasil que merece ser destacado sob a ótica da gestão: executivos estão optando por trabalhar em pequenas e médias empresas, inclusive em áreas do interior do país que estão vivendo boom de desenvolvimento.
Isso significa que muitos executivos estão mudando o paradigma de buscar a segurança e o prestígio das grandes organizações, especialmente as multinacionais com carreiras globais, caracterizando uma mudança comportamental bastante evidente nos dias atuais em contraponto com as tendências observadas nas décadas de 80 e 90.
De acordo com dados mais recentes do IBGE, as MPE’s representam 20% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, são responsáveis por 60% dos 94 milhões de empregos no país e constituem 99% dos seis milhões de estabelecimentos formais existentes no país. Portanto, o mercado de trabalho é grande e em crescimento.
Quais são as vantagens que um executivo tem ao optar por seguir uma carreira fora das grandes corporações?
Numa visão mais simplista, creio que os principais aspectos estão na possibilidade evidente de maior qualidade de vida e sentimento de realização do profissional, haja vista que nas médias e pequenas empresas há mais flexibilidade, processos mais simples, maior espaço para a criatividade e inovação, oportunidade de exercitar o empreendedorismo e a gestão multidisciplinar, desafios constantes e motivadores, os resultados são mais visíveis, não há viagens constantes ao exterior, as tomadas de decisão são mais simplificadas, o ambiente de trabalho é mais informal, a estabilidade no emprego é mais duradoura, maior autonomia decisória.
Nas grande corporações há mais status. Claro que sim. Porém, o preço a pagar é mais alto, uma vez que há constantes viagens internacionais, menor tempo com a família, regras precisam ser seguidas a risca, centenas de processos pré-definidos, processo de tomada de decisão mais complexo e que exige um grau elevado de perícia política, a segurança de permanecer no cargo está sempre em jogo, muita competição entre os executivos, maior dificuldade de implantar inovação e usar a criatividade, a famosa “dança das cadeiras” no quarto trimestre fiscal todos os anos.
Tem coisas boas nas grandes empresas? Claro que sim. E essas encantam executivos, dentre as quais o glamour das viagens internacionais, das grandes convenções realizadas mundo afora, os bônus por desempenho, os pacotes de benefícios fixos, as oportunidades de desenvolvimento profissional no exterior e a possibilidade de liderar grandes projetos, menor interferência de questões puramente familiares, o sistema de poder é desenhado com maior detalhamento.
Professor Adilson Neves
Consultor em Gestão Estratégica e Coach em Desenvolvimento Humano.
* Texto produzido com o apoio da Aldeia Comunicação.
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